Lei: A Máscara do Controle!
Desde sempre, o ser humano tem a tendência a controlar. Do chefe de família, ao querer controlar os atos de seus jovens garotos subordinados, até o Estado, ao impor sua supremacia aos cidadãos, seus subjugados. A Lei, nos sentidos amplo e figurado, é a ferramenta-chave na tentativa de moldar as pessoas a se curvarem à força àqueles que possuem tanto a caneta na mão, como o braço pesado.
É fato que, no que se denomina "sociedade", é de certo necessário a existência de normas que regulem o comportamento da população em massa, assim como num relacionamento familiar é necessário que haja ordem e estabilidade ético-morais, impostas pelo membro mais vívido.
O problema, pois, não está na lei. Mas sim, no seu uso extremo, autoritário, e muitas vezes irrazoável, que o ser humano possui o mau hábito de impor e executar.
Lei é oposição; Lei é regra; Lei é Mandamento. Com sua existência, é imposto o Medo. Medo na criança que, muitas vezes, deixa de praticar determinado ato não por compreender a verdadeira razão, ou seja, não por ver os valores culturais que serão arranhados, riscos que serão corridos ou resultados que poderá desencadear. Não deixa de praticar o ato por ter discernimento do certo e errado, e muito menos por compreender as boas intenções de seu responsável, mas sim por temer a mão pesada do pai ou o castigo "injusto" da mãe.
Assim como as pessoas em geral, que apenas se conformam com o escrito em uma constituição, sem questionar e se aprofundar no mais essencial de seus requesitos, a Justiça. Apenas aceitam tal lei, seja ela como for, justa ou injusta. O importante, parece-me, é que o Controle seja feito e as pessoas obedeçam, cega e fielmente, ao "canetaço" do Legislador.
Leis (em qualquer sentido, como citado anteriormente), em sua supra-utilização, transformam as pessoas, tornando-as robóticas e iguais, submissas e controladas.
Em oposto, os grandes, peculiares e especiais homens (e mulheres) que mudaram o mundo não eram submissos - ou pelo menos deixaram de ser, na grande fase das suas vidas. Não seguiam à risca todas as regras, mas faziam seu próprio jogo, sem afundar na pegajosa lama de limitações e oposições causadas pelo excesso de normas regulamentadoras. Há de se fazer o possível para ser crítico, analista, sem se conformar com o que não é justo, ou, de maneira semelhante, com a lei que não transmite o menor sentido prático. Há, também, de se ser inovador, criativo, discricionário, sem se deixar vincular, ainda que espiritual e mentalmente, a regras gerais, impostas, que provenham do mundo material.
Não se deve limitar a mente, o psicológico, por excesso de regras do mundo real, da sociedade. O ser humano deve avançar, pisar com força no chão, se destacar, progredir seu conhecimento e, em suma, ser criativo. Fazer a diferença, recusar a lei injusta, ser mais do que apenas mais um sem-graça comum, que passa a vida conformado e obedecendo a uma estúpida solenidade jurídico-legislativa.
Leis foram feitas, a princípio, para pôr ordem à sociedade. Mas é indevido e até mesmo incorreto o seu uso controlador, demasiado ao extremo.
Sejamos mais autônomos em personalidade e deixemos de ser medíocres no espírito. Tudo isso, indireta mas verdadeiramente, contribuirá para um melhor progresso do que denominamos "Sociedade"...

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