quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Fazer uma social

Estou em Edmonton, no Canadá. Atualmente morando na faculdade, num lugar lindo que parece até uma cidade pequena - cheio de parques, árvores, ar puro, no alto de umas colinas. É quase 1:00am e estou ouvindo OSTs de Hajime no Ippo.

Quem diria que tudo deu certo. Depois de incontáveis engraçados desesperadores problemas que ocorreram desde que fui pegar o avião, cheguei aqui e tudo deu certo. Essa história muitos já conhecem (se não conhecem, basta me perguntar que eu conto bem faceiro), então não faço questão de escrever aqui.

Esses tempos assisti um documentário chamado That Sugar Film, que criticou muito o excesso de açúcar que ingerimos diariamente sem nos dar conta. Mas mesmo assim não consigo parar com o refri e o chocolate. Já experimentei por um mês, e posso dizer que foi uma tortura.
Sei que não é a maneira certa de se pensar, mas creio que faço por merecer essas guloseimas com meu dedicado treino diário na academia & correndo. Não quero parar, na verdade. Eles me fazem muito bem. Pelo menos pro meu paladar. Pelo menos no sentido mediato. xD
Tenho ido treinar todos os dias. Se eu não for, com a academia aqui no campus, devem dar na minha cara, mesmo



Ultimamente notei que ando meio "impaciente", mas essa não é bem a palavra certa. Pode-se dizer apenas que Liguei o Foda-se, pra certas situações e certas pessoas.
Na minha vida sempre levei em consideração o ato de fazer uma socialisto é, de fazer ou deixar de fazer coisas que tu não quer em prol do ambiente, da situação - em suma, em prol dos outros.
De uns tempos pra cá, contudo, mudei essa minha atitude. Deixei de ser um engolidor de sapos (que eu já não vinha sendo há muito tempo, mas enfim) pra ser alguém que não guarda rancor, nem remorso. Mas também não guarda dentro do peito a bomba que quer explodir, porque sabe que eventualmente ele vai acabar botando pra fora - e muitas vezes em cima de quem não merece e nem tem nada a ver,

É algo que todos fazem, botar pra fora. E ir absorvendo todo o stress e a raiva que eventualmente passamos só sairá pela culatra lá na frente. Por isso, se sou incomodado, tenho feito questão de comunicar à pessoa que está causando o incômodo - ao invés de reclamar dela pelas costas - e exigir uma atitude distinta, com respeito.
Inúmeros exemplos tenho passado, que ratificam bem o que quero dizer. Não há necessidade de expô-los aqui.

O importante é simplesmente ter em mente que não devemos a outras pessoas. Não somos obrigados a tolerar uma imensa quantidade de coisas "pelos outros". Isso se aplica ao filho da mãe que fica falando durante o filme no cinema; ao imbecil que escuta música sem fones de ouvido no ônibus (até hoje ainda tem gente que faz isso); e muitos outros casos. Muitas situações em que, já incomodados, resolvemos "deixar quieto" pra não criar atrito mas ficamos remoendo a raiva dentro do peito.
Por "já incomodados", quero ressaltar o fato de que podemos evitar muitos incômodos se simplesmente evitarmos certos lugares e certas companhias. Mas há casos em que isso não é possível ou que é extramemente indesejado (como trocar de ônibus por causa do imbecil ou abandonar o filme na metade por causa do filho da mãe que não fica quieto).

Acho estúpído quem fica constantemente quieto em situações assim. Extremamente incomodados, louco pra botar pra fora, se contêm e raramente apoiam aquele que se presta a tentar uma reclamação honesta. Apenas reclamam que "tinha um imbecil que não calava a boca no meio do filme" mais tarde.

É inútil fazer algo assim.

Inútil porque o infeliz não irá compreender o incômodo que está causando; não irá mudar sua atitude; e tu irá apenas se prejudicar com essa carga de estresse dentro do peito. O que eventualmente fará com que tu exploda isso tudo de algum jeito não muito benéfico no futuro.
Portanto, o melhor a fazer é, respeitosamente, mas sério, deixá-lo saber que agora é hora de calar a boca; que nesse lugar não é permitido fumar; que ninguém é obrigado a escutar o lixo de música que ele quer ouvir; que Ele está errado e Ele tem que parar e se desculpar; que tu não precisa se preocupar em ter vergonha de falar algo (Pois o errado não é você!)

Penso seriamente que não é nada benéfico, pra si mesmo e pros outros, ser um engolidor de sapos. Claro que não precisa botar pra quebrar na cabeça de todo mundo o tempo todo, mas ah; como a sociedade seria melhor se certas regras e limites fossem respeitados - e como isso aconteceria mais frequentemente se as pessoas não calassem a boca na frente de algo errado, por menor que seja.



Vou ficar por aqui trazendo a informação de que Penso estar chegando a alguma conclusão em relação ao meu futuro profissional. E, eu posso não ter comentado isso aqui, mas esse é um dos dilemas que mais tem me questionado (porque é, tipo assim, a coisa que vou fazer mais de 1/3 da minha vida no futuro; que "me definirá" de acordo com a sociedade.)

Por eu ter mencionado algo sobre estresse e raiva, talvez pareça que eu esteja me estressando, mas estou me divertindo muito mais do que parece.
Não tem como não ficar de bom humor nos dias de sol e céu azul límpido - mas frio, bem frio - nesse lugar maravilhoso. Correr poucas vezes foi tão divertido x)